quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Espinha e Fimose - Candidato Lesado 2

Posto mais uma charge do Espinha e Fimose dando sequência à candidatura do amigo "Lesado" (ops! Diego Arnaldo) discursando num palanque de comício.

http://charges.uol.com.br/2010/09/05/espinha-e-fimose-candidato-lesado-2

Organizações Serra marcham unidas rumo ao golpe?


Por Augusto da Fonseca

Estou a trabalho no interior da África, num lugar sem acesso à internet e sem informações do Brasil, que só me chegam através da minha neta de (agora) 4 anos, com quem converso por telefone uma vez por mês, quando vou à capital.

Fiquei sabendo, por ela, que o Serra está acusando a Dilma de quebra de sigilo da sua (dele) filha e de outros ínclitos companheiros de partido. Aproveitei a vinda à capital (que tem acesso discado à internet, acreditem!) para escrever estas bem traçadas linhas.

O fato da falsificação da procuração da Verônica Serra e a detecção da quebra de sigilo dela, dos companheiros do Serra e de mais 130 pessoas ocorreu em setembro de 2009. Nem a Dilma era pré-candidata do PT, nem o Serra do PSDB.

A definição da pré-candidatura única do PSDB (Serra) se deu somente em dezembro quando o Aécio, num lance de gênio, após ter sido humilhado e sacaneado pelo Serra (espero que não tenha sido chantageado com um tão falado dossiê), desistiu da pré-candidatura, deixando o Serra na mão, sem o Aécio de vice.

Como até a minha neta de 4 anos sabe, o Serra é o político brasileiro com mais inimigos políticos: apenas na sua coligação, podemos citar o Alckmin, o Aécio e todo o DEM, entre muitos outros e outras.

Dado esse quadro, algumas perguntas precisam ser respondidas pelo dedo-duro-mór José Serra:

1. É possível que tenha sido montado um dossiê com informações da Verônica, do Eduardo, do Ricardo, do Luiz Mendonça por seus inimigos políticos dentro da sua própria coligação?

2. Se o sigilo dessas pessoas foi quebrado em setembro de 2009, pelos supostos arapongas do PT, porque até hoje nada veio à público para beneficiar a campanha da Dilma?

3. Considerando os fatos de que à exceção da Verônica, todos os demais estão sendo processados, o que haveria de tão sigiloso nas declarações de imposto de renda dos companheiros do Serra que seria tão pior do que o que já é de conhecimento público?

4. O Serra é ingênuo de imaginar que os eventuais e ingênuos arapongas do PT pensariam que nas declarações de renda da Verônica haveria a prova cabal de que ela foi sócia da Verônica Dantas, irmã do Daniel Dantas?

5. O Serra e o PSDB acredita mesmo que acusar sem provas o PT e a Dilma lhe dá votos para exercer a Presidência? Não seria melhor ele se candidatar a algum cargo de promotor, já que gosta de acusar o tempo todo em vez de falar de política e de programa de governo?

6. As Organizações Serra (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre muitos outros) precisam responder à uma pergunta não respondida ainda: porque o Aécio Neves, que tanto lutou pelas prévias no PSDB e que tinha o apoio maciço do DEM, desistiu tão facilmente de concorrer à pré-candidatura a presidente e ficou tão fulo de raiva que não aceitou de forma alguma a vaga de vice do Serra? O que o Serra teria feito de tão grave que "convenceu" o Aécio de que ele não poderia ser candidato a presidente? Finalmente, porque as Organizações Serra se calaram diante desse importante fato político e jornalístico?

7. Porque as Organizações Serra não suspeitam do Aécio e do DEM terem preparado um dossiê-antídoto ao do Serra, quebrando o sigilo da sua filha Verônica, só para mostra que podia fazer muito mais?

8. Porque as Organizações Serra não fazem matérias mostrando que, em oito anos de governo, Lula e Dilma não conseguiram desmontar a poderosa máquina PSDB-DEM montada na Administração Pública federal, com milhares de funcionários, com função de estado e concursados, que fazem oposição sistemática ao governo Lula, além de outros "servicinhos" de arapongagem?

Minha tese é essa: ou foi coisa dos profissionais do PSDB-DEM ou era mesmo um balcão de vendas de facilidades.

Porque custo muito a crer que o PT tenha feito todos esse levantamento de informações sigilosas e não tenha dado consequência a nenhuma delas, deixando a Dilma ao Deus dará dos resultados do magnífico governo do qual fez parte. Ou eles sabiam muito bem que a Dilma não precisaria, não precisou, não precisa e não precisará disso para se eleger a primeira Presidenta do Brasil. Para desespero da malta demo-tucana-pepessista.

Após este meu ato cívico, retorno ao interior africano, onde a humanidade começou :)

Abraços lulistas e dilmistas

Augusto da Fonseca
Texto postado no Fórum Permanente de Cultura do PT de Goiás no dia 4/09/2010

Ordem no caos

TOSTÃO

"Tornar simples o que é complexo é uma dificuldade de qualquer profissional"

QUANDO ENTREI no curso de psicanálise, imaginei que jamais entenderia as ideias de Freud. Logo percebi que seus textos eram tão claros, convincentes e simples, que até os mistérios da alma tinham lógica. Freud colocou ordem no caos.
Quando joguei ao lado de Pelé, percebi que uma de suas principais qualidades era tornar simples o que era complexo. Tudo se iluminava à sua frente.
Antes de a bola chegar, Pelé parecia me dizer, com seu olhar vivo e amplo, tudo o que ia fazer. E ele fazia, porque tinha uma excepcional técnica. Muitos pensam e não fazem. Outros fazem (mal), sem pensar.
Há muitos jogadores habilidosos, que ensaiam grandes jogadas, entretanto nada acontece, por falta de técnica e/ou porque não sabem os caminhos mais simples. Enrolam. Parecem talentosos, mas não são.
O talento vai muito além da habilidade. O talento é a união da habilidade, da técnica, da criatividade e de condições físicas e psicológicas.
Nada disso é suficiente se não houver o sopro, a chama, que ilumina e incendeia nossas vidas.
O mesmo ocorre em todas as atividades.
Assim como os melhores professores não são sempre os melhores médicos, os melhores treinadores não são sempre os que têm mais conhecimentos técnicos, táticos e informações. São os que possuem tudo isso e mais a capacidade de observar, intuir e simplificar.
Não existe também o ótimo técnico somente prático, que fala a "linguagem dos boleiros", sem ter conhecimentos científicos. A teoria sem a prática é incompleta. A prática sem a teoria é uma grosseira simplificação.
O jovem técnico do São Paulo, Sérgio Baresi, tem chamado a atenção em suas entrevistas pelo excesso de palavras e expressões técnicas, acadêmicas, algumas incompreensíveis.
Além da insegurança de um jovem, tentando mostrar seus conhecimentos, Baresi, por seus gestos e suas palavras, parece um estudioso, um CDF, que acabou de sair, após longo tempo, de um laboratório de pesquisas.
O repórter José Ricardo Leite, da Folha, mostrou, em uma ótima reportagem, que Baresi comanda treinamentos com cinco gols, cinco goleiros, realiza coletivos com mais de 22 jogadores e outros detalhes, além de distribuir pen drives e DVDs para os jogadores conhecerem os adversários. Tudo com base científica.
Tomara que Baresi não seja apenas um teórico. O futebol precisa de treinadores e de profissionais que saibam como fazer e que saibam fazer.

Publicado no Jornal Folha de São Paulo – Domingo – 05/09/2010