segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

André Pires, o Trapalhão

É impressionante como um vereador pode fazer tantas trapalhadas em tão pouco tempo. Com apenas três anos de mandato, o vereador André Pires (André da Galera) já protagonizou tantas trapalhadas políticas que entrarão para a história da câmara de vereadores.

André foi eleito graças à popularidade conquistada junto a Liga Desportiva de Jataí, que organiza o futebol amador na cidade. O seu partido era o PL, portanto, ele faria parte da bancada de apoio ao prefeito. Faria, porque logo no início do seu mandato ele começou a fazer uma movimentação na câmara que mais parecia um vereador de oposição ao prefeito. Nessas empreitadas, causou muitos transtornos a atual administração. O prefeito ficou algum tempo sem recebê-lo para que o “garoto” pudesse enxergar o seu papel.

Ele não se fez de rogado. Decidiu entrar com um processo contra a vereadora Soraia Rodrigues e Marina Silveira Martins por suposta gestão fraudulenta à frente da subsecretaria de educação. O processo, segundo o vereador Gênio Eurípedes, tem mais de quatrocentas páginas. Nesse caso, é bom lembrar que a vereadora Soraia Rodrigues faz parte da base aliada do prefeito. O processo foi aberto. Mais uma vez a sua atitude causou muitos transtornos para a atual administração para manter a estabilidade do jogo político dentro da câmara de vereadores.

O interessante é que até esse momento, mantendo uma atitude até certo ponto altiva e autônoma em relação ao jogo de poder, ele conseguiu iludir a população que tratava-se de um idealista e que lutaria pela ética na câmara. Ledo engano! Logo ele começaria a mostrar a sua falta de personalidade política. Na verdade já estava mostrando, todavia, a gente só pode confirmar esta constatação, acompanhando o desenrolar das suas atitudes no jogo político na câmara municipal.

Pois bem, no período da eleição para a presidência da câmara, ele votou em Soraia Rodrigues, justo a vereadora vítima do seu processo. Mas o pior estava por vir. Ele foi um dos vereadores que assinaram o documento para a tentativa de instalação da primeira Comissão Especial de Inquérito (CEI), entretanto, ele acabou retirando o seu nome. Mesmo sem sua assinatura o pedido de CEI foi votado no plenário da câmara e o “glorioso” André Pires votou contra.

Outra trapalhada do nobre vereador. Foi apresentado por Gênio Eurípedes um projeto para acabar com a jogatina em Jataí através dos vários bingos que estavam sendo realizados. Os vereadores votaram a favor do projeto, inclusive, André Pires. Como se não bastasse o seu voto, fez um discurso contundente pelo fim dos bingos. Pouco tempo depois promoveu um bingo em Jataí para arrecadar recursos pra Liga Amadora. O ministério público impediu a realização. O vereador, que tem cadeira cativa em todos os programas esportivos da cidade e, freqüentemente, os utiliza como palanque, foi em todos eles detonar o vereador Gênio Eurípedes, acusando-o de prejudicar o esporte amador em Jataí.

A série de trapalhadas não terminam por aqui. Sua última atuação aconteceu na sessão ordinária da câmara, quinta-feira passada. No momento que foi franqueada a palavra aos vereadores, André fez o seu pronunciamento. Iniciou rasgando elogios ao vereador João Wesley, todavia, utilizando adjetivos do tipo: “o vereador João Wesley é homem de verdade que honra sua palavra”. Mas logo pudemos perceber que os elogios, na verdade, eram um ataque ao vereador Ediglan Maia. Ou seja, efetivamente, ele não estava elogiando João Wesley, apenas se utilizou dele para atacar Ediglan, o qual ele denominou, dentre tantos adjetivos pejorativos de: “gente de baixa índole”!

O motivo da ira de André Pires se deve ao fato do não cumprimento de um acordo firmado no início dos trabalhos da atual câmara de vereadores. Eles acertaram que o primeiro presidente da casa seria Ediglan Maia e, na seqüência, João Wesley, Soraia Rodrigues. No último ano, o próprio vereador André Pires seria eleito pelos companheiros presidente da câmara. Entretanto, ele percebeu a articulação política de Ediglan Maia para presidir a câmara no próximo ano. Portanto, quebrando o acordo firmado. Isso o deixou absolutamente irado.

André fez um discurso raivoso contra a postura de Ediglan Maia e se utilizou de vários adjetivos grosseiros, classificados por Ediglan de: “ataque a moral, a ética e a dignidade das pessoas”. Mas o mais dantesco desta atitude do vereador André Pires foi que, após fazer aquela série de ataques, disse que não permaneceria no plenário. Ora, isso não é digno nem de uma pessoa numa roda de discussão de futebol, muito menos para um vereador. Para mim André agiu como aqueles garotos covardes que dão um tapa na cara do outro numa briga de rua e, em seguida, saem correndo. O mínimo que ele deveria fazer era permanecer para ouvir a resposta do seu oponente. Infelizmente, ele não teve essa dignidade.

O interessante foi que os elogios de André não conquistaram o apoio de João Wesley. Este discursou enumerando alguns vacilos políticos de André. A mesma atitude foi tomada por Geovaci que classificou de “infeliz a suas palavras”. Gênio disse que estranhava aquele discurso em favor da ética quando o vereador André Pires entrou com processo contra a vereadora Soraia e, mesmo assim, votou nela para a presidência da câmara. Ressaltou também a sua surpresa ao ver nome da atual presidente compondo a chapa do André Pires que irá concorrer para a gestão 2008. Já Ediglan Maia disse que contou até cem, durante a fala do vereador André e frisou: “Lamento muito a ausência do vereador André Pires. Ouvi o seu desabafo. Agora que eu queria lhe dizer, olhando nos olhos, porque montamos uma chapa pra concorrer à presidência da câmara, ele não está presente. Não falarei pelas costas. Creio que ainda terei a oportunidade de fazê-lo na presença dele.

Como eu disse no início desse artigo, as trapalhadas do vereador André da Galera são bastante diversificadas. Está provado que ser um bom organizador de “tabelas de campeonato de futebol”, definitivamente, não é pré-requisito para conduzir uma pessoa a ocupar um cargo político de legislador. Por isso que eu sempre digo, temos que ter muito cuidado ao escolhermos nossos representantes políticos.

Então, diante de tantas trapalhadas do vereador na câmara municipal de minha cidade, vou parafrasear o personagem “Seu Boneco” do extinto programa humorístico “Escolinha do Professor Raimundo”: “eu vou pra galeraaaa”!!!!